A Fazenda Baronesa, em Campos do Jordão, abriga a maior coleção de carros raros do Brasil. Com mais de 400 modelos, possui desde relíquias do início do século passado, como um Cadillac de 1904, até esportivos modernos, como a McLaren Senna GTR. A Fundação Lia Maria Aguiar, responsável pela fazenda, investe na educação e inclusão social de crianças carentes. Em breve, esse acervo será aberto ao público em um museu dedicado aos automóveis. Essa iniciativa não só encanta os amantes de carros, mas também promove a preservação da história automotiva e o desenvolvimento da comunidade local. O museu promete ser um espaço de aprendizado e inspiração para todos.
Imagine um lugar onde a paixão pelos carros antigos e raros se encontra com um cenário deslumbrante de plantações de morangos e outras frutas vermelhas. Esse lugar existe e é conhecido como Fazenda Baronesa, situada no Alto da Boa Vista, uma área nobre de Campos do Jordão (SP), na Serra da Mantiqueira. É lá que se encontra a maior e mais importante coleção de carros do Brasil, agora prestes a ser revelada ao público.
A Fazenda Baronesa e a Fundação Lia Maria Aguiar
A Fazenda Baronesa pertence à Fundação Lia Maria Aguiar, uma instituição sem fins lucrativos dedicada a transformar a vida de cerca de 700 crianças e jovens de baixa renda de Campos do Jordão, através de programas de educação e inclusão social. A fundação leva o nome de sua fundadora e presidente, a empresária e filantropa Lia Maria Aguiar, que também é acionista do banco Bradesco.
Dentro dos belíssimos galpões da Fazenda Baronesa, cerca de 400 carros raríssimos são mantidos em perfeitas condições, representando um acervo que não só encanta os entusiastas de automóveis clássicos, mas também aqueles que apreciam a história e a inovação no mundo automotivo.
A Origem do Acervo
A coleção da Fazenda Baronesa já era uma das mais respeitadas do Brasil antes mesmo de ganhar novos integrantes. Formada inicialmente pelos carros de Lia Aguiar, Luiz Harunari Goshima e Luiz da Silva Goshima, esta coleção já possuía modelos icônicos e de grande valor histórico. Em 2018, o acervo foi enriquecido com a administração dos cerca de 170 automóveis clássicos de Og Pozzoli, um dos dez maiores colecionadores de carros antigos do mundo, que faleceu em 2017.
Exemplares Cheios de História
Os modelos mais antigos da coleção são verdadeiras relíquias do início do século passado. Entre eles, destaca-se um Cadillac 1904 e o primeiro carro registrado no Brasil, o De Dion Bouton Vis a Vis de 1902. Este último mais parece uma carruagem e representa um marco na história do automóvel no país.
Outro destaque é o Hispano Suiza 1911, um dos carros mais importantes do antigomobilismo brasileiro, resgatado do acervo de Roberto Lee, um renomado colecionador brasileiro. Esses veículos antigos são apenas o início de uma viagem no tempo que inclui carros luxuosos dos anos 20, 30 e 40, como Cadillac e Rolls-Royce, e até um Lincoln de 1939 que já transportou personalidades como a Rainha Elizabeth II, o Papa João Paulo II e Getúlio Vargas.
Marcas Alemãs e a BMW
Durante uma visita promovida pela BMW, tivemos a oportunidade de ver uma área dedicada exclusivamente aos modelos mais importantes da marca. Entre eles, destacam-se o M3 E30, a primeira geração do modelo produzida de 1986 a 1991, e um M5 de segunda geração (E34), que traz um belíssimo aerofólio. Há também um exemplar do Série 8, na versão 850 Ci, com motor V12, que impressiona por sua beleza e desempenho.
Outro destaque alemão é a Audi RS2 Avant azul, um dos primeiros exemplares da montadora no Brasil, importado por ninguém menos que Ayrton Senna. Este modelo é especial não apenas por sua raridade, mas também por marcar a chegada da Audi ao Brasil, em 1994, um evento que contou com a participação ativa de Senna.
Esportivos: Ferrari F50 e Muito Mais
O carro mais badalado da coleção é, sem dúvida, a Ferrari F50, um dos modelos mais lendários da história da Ferrari. O exemplar da Fazenda Baronesa é ainda mais especial por ser o único protótipo F50 remanescente no mundo, com um aerofólio exclusivo que não foi incluído na versão final do carro.
Além da F50, a coleção inclui outros esportivos icônicos como o Lamborghini Diablo, o Honda NSX e raridades da Porsche. E não podemos esquecer da McLaren Senna GTR, um hipercarro de 825 cv, único exemplar desta versão no Brasil, que foi mantido em segredo pelos idealizadores do museu para surpreender os visitantes na inauguração.
O Futuro Museu de Campos do Jordão
A boa notícia é que essa coleção incrível em breve estará acessível ao público. O maior museu de automóveis do Brasil será inaugurado ainda este ano em Campos do Jordão, em uma área próxima à Fazenda Baronesa. Embora o nome do museu ainda não tenha sido revelado, já se sabe que os cerca de 400 carros da coleção serão expostos de maneira rotativa, garantindo que cada visita seja uma experiência única.
Uma Visão do Futuro
A abertura desse museu representa um marco não apenas para os amantes de carros, mas para toda a comunidade de Campos do Jordão e além. A Fundação Lia Maria Aguiar continua a investir em projetos que beneficiam a sociedade, preservando a história automotiva e proporcionando educação e inclusão social para as futuras gerações.
Este museu não será apenas uma vitrine de carros antigos e raros, mas também um espaço de aprendizado e inspiração, onde as histórias por trás de cada veículo serão contadas, mostrando a evolução do automóvel ao longo dos anos e seu impacto na sociedade.
Conclusão
Se você é apaixonado por carros clássicos ou simplesmente aprecia a história e a inovação, a maior coleção de carros do Brasil é algo que você não pode perder. Prepare-se para uma experiência inesquecível, onde cada veículo tem uma história para contar e cada visita oferece algo novo para descobrir.
Campos do Jordão, com seu charme natural e clima agradável, será o cenário perfeito para esse tesouro automotivo. E você, como entusiasta ou curioso, terá a oportunidade única de explorar um acervo que antes era mantido em segredo, mas agora se abre para o mundo, celebrando a paixão pelos carros e a dedicação de pessoas como Lia Maria Aguiar e Og Pozzoli, que tornaram tudo isso possível.